sexta-feira, 28 de janeiro de 2011

Simplismente Tom, nadador que derrotou o menino Cielo




Newton Correa, ou simplesmente Tom. Esse é o nome de uma das poucas pessoas que conseguiram a façanha de derrotar César Cielo, o nadador mais rápido do mundo. É verdade que ambos tinham apenas 12 anos. Logo depois dos Jogos de Pequim 2008, uma fotografia foi retirada do baú e veio à tona, mas, há alguns meses, quando Tom a publicou no Facebook, a história deu o que falar. Na imagem, o garoto, hoje engenheiro civil, aparece em primeiro lugar no pódio de uma prova de 400 m livre, e o atual campeão olímpico e mundial, em terceiro, com dono de um semblante nada animador.

Em entrevista ao Terra, Tom, hoje com 23 anos, faz algumas revelações sobre a infância e adolescência de Cielo e aproveita para mostrar algumas fotos do garoto de Santa Bárbara d'Oeste que hoje se tornou um dos grandes ídolos do esporte brasileiro.

"Foi uma prova para fundistas e eu sempre fui fundista, mas o Cielo tentava de tudo, 100 m, 200 m, 400 m. Aquela era uma prova de 400 m e eu fiz 4min20s contra 4min37s do Cielo. Ele não era um bom fundista e nem um velocista muito bom naquela época. Não era bom desde pequeno e demorou para o talento florescer. Foi gradativo. Essa foto veio à tona depois da Olimpíada e voltou à pauta depois que a publiquei no Facebook. Todo mundo começou a me perguntar por que eu não estava na Olimpíada, mas não é bem assim. Não é qualquer um que chega lá", afirmou o ex-nadador.

Tom não poupou elogios a Cielo e afirmou que o nadador sempre foi uma pessoa dedicada. Desde criança já se preocupava com alimentação, preparo físico e todos os componentes que formam um grande atleta. No entanto, Tom lembra de um grande "defeito " do amigo, o que pode ser considerado uma qualidade para alguns.

"O Cielo sempre foi um cara muito dedicado. Sempre que ele aumentava o tempo, ficava muito bravo, jogava as coisas na parede. Uma vez ele contou que tinha esquecido uma garrafa de vidro dentro da mala e jogou essa mochila na parede. Estourou a garrafa e molhou tudo. Ele sempre foi muito Caxias na natação, sempre se alimentou direito, etc, mas é por isso que está onde está", completou Tom, reconhecendo o sucesso merecido do atleta.

Em contato com o Terra Cielo afirmou que não esqueceu do então amigo Tom e disse que o "rival" era imbatível, principalmente nas provas de 400 m. "Eu me lembro dele, sim. Na verdade, me lembro de ter nadado com ele 200 m e 400 m livre. Nessa época, eu também nadava os 100 m costas. Nós éramos amigos e conversávamos bastante. Não conheci o Tom no interior, mas em competições. E esse cara era imbatível nos 400 m livre. Eu nunca ganhei dele nos 400 m, só nos 200 m. Aos 15 anos, quando vim para São Paulo, parei de nadar os 400 livre e os 100 costas e passei a me dedicar às provas de velocidade, os 50, 100 e 200 m livre".

Tom e Cielo não se encontravam regularmente nas competições. Cielo era do Barbarense e Tom, do Pinheiros. Quando o campeão olímpico mudou-se para São Paulo, para treinar com Gustavo Borges, Tom deixou o Pinheiros e os dois não tiveram mais muito contato.

"Ele era do interior e nadava o Aberto e eu o Regional, então não nos encontrávamos muito. Essa prova dos 400 m foi a única que me lembro. Mas depois que ele veio para São Paulo para treinar com o Gustavo Borges ele passou a ganhar todas. Uma vez eu quase ganhei dele nos 200 m livre que foi na batida de mão", lembrou Tom, que chegou a nadar ao lado de Thiago Pereira, Joana Maranhão, Felipe França, Lucas Salatta e Guilherme Guido.

Mesmo em clubes diferentes, Cielo e Tom tinham treinamentos iguais. E para quem pensa que os treinos eram leves, por se tratar de praticamente duas crianças, se engana. "Era de segunda a sábado, pelo menos duas horas por dia, musculação três ou quatro vezes por semana, além da chamada dobra, que além das duas horas diárias você tinha que arrumar um horário para nadar mais uma hora, de madrugada, ou qualquer outro horário. O treino rendia uns 5 ou 6 km por dia", explicou.

Tom lembrou que sempre o questionam sobre o motivo de ter abandonado a natação. A resposta é simples: "chega um momento, quando você tem uns 16, 17 anos, que passa a ser muito difícil baixar seu tempo, diferente de quando você é criança, que baixa cinco, seis segundos de uma vez. Depois passa a precisar de mais paciência, mais dedicação. Eu nunca cheguei a ser campeão brasileiro, sempre chegava em segundo, terceiro, e isso me desmotivava. Aí tive que escolher entre a faculdade de engenharia e a natação. Não é uma coisa fácil. São poucos que chegam ao sucesso".

O técnico Felipe Domingues, que na época treinava Tom e era assistente de Albertinho, hoje treinador de Cielo, comentou sobre o desempenho dos dois. "Os treinos eram os mesmos e as competições entre os dois eram muito equilibradas. O Tom poderia ter o talento, mas não sei se conseguiria ser campeão olímpico. Eu conheço os dois e é impressionante ver o Tom nadando. Ele saía atrás por conta do problema auditivo e, mesmo assim, conseguia ser campeão várias vezes", afirmou Felipe, lembrando que Tom tem um problema auditivo desde pequeno.

Albertinho também lembra de Tom e afirmou que o engenheiro poderia ter brilhado na Seleção Brasileira, representando o País nos torneios internacionais. "O Tom é um garoto com muito talento. A irmã dele foi uma das mais talentosas que eu vi e sempre foi bastante badalada desde pequena. Ele era um pouco 'tranquilão' para um nadador. Você ter essa tranquilidade no momento tenso, é bom, mas às vezes tem que ter mais agressividade", lembrou Albertinho.

"Não dá para saber se teria bons resultados hoje. Ele tinha talento para ser um nadador de Seleção Brasileira, o que pode levar a só participar da Seleção ou até mesmo ganhar uma medalha. Ele tinha, a princípio, muito talento para chegar à Seleção principal, trabalhando esse fator da agressividade", completou o treinador do campeão olímpico César Cielo.

Cielo fez coro ao treinador e afirmou que não tem como saber se Tom seria um atleta olímpico ou um mero praticante da natação, como muitos brasileiros. "Cada caso é bem particular mesmo. Cada um tem seu sonho. A prioridade, às vezes, é estudar. E no Brasil o estudo faz diferença. O 3º colegial é o grande momento de o nadador escolher entre o esporte e a carreira".

Mas Tom não perdeu o contato com a natação. O engenheiro voltou a nadar e é treinado pelo antigo técnico, Felipe, mas afirma que não se arrepende de ter deixado o sonho de ser profissional para tomar outro rumo na carreira. "Procuro não pensar nisso. Podia ter dado certo ou não. Não me arrependo, gosto do que eu faço e acompanho as provas dele (Cielo), os recordes e continuo gostando de natação".

sexta-feira, 14 de janeiro de 2011

Ana Marcela é a melhor das maratonas aquáticas



A brasileira Ana Marcela Cunha ganhou mais do que o circuito da Copa do Mundo de maratonas aquáticas de 2010 e o bronze no Mundial da modalidade disputado no Canadá. Foi eleita também pela Federação Internacional de Natação (Fina) a melhor nadadora de águas abertas da temporada. No masculino, o título ficou com o italiano Valerio Cleri. Representantes das 202 federações nacionais filiadas à entidade, membros do bureau, comitês e comissões, além de jornalistas presentes aos eventos organizados pela Fina participaram da votação.

Aos 18 anos, a jovem baiana sonha com o pódio nas Olimpíadas de Londres-2012. De olho na medalha, neste início de ano, Ana Marcela vem se dedicando a um treinamento temporário na Flórida.

Daniel Dias mira marca de Phelps


Principal nome da esporte paraolímpico brasileiro, Daniel Dias tem colhido os frutos de tanta dedicação à natação nos últimos anos. Indicado pela terceira vez ao Prêmio Laureus, conhecido como "Oscar do Esporte", o nadador brasileiro se diverte com a fama e almeja chegar ainda mais longe.

- A cada competição que vou, eu sempre falei que o meu principal objetivo era ganhar oito medalhas de ouro em uma Paraolimpíadas. E estou batalhando para isso. Nesse Mundial, eu ganhei oito medalhas de ouro, então vejo que está bem próximo - disse Daniel Dias, que se inspira na conquista do americano Michael Phelps em Pequim, quando garantiu oito medalhas douradas.

Em sua terceira indicação ao prêmio, ele espera faturar a sua segunda estatueta (a primeira foi em 2009). Ele disputa o troféu de Melhor do Ano nos esportes paraolímpicos. Daniel terá como concorrentes a esquiadora alemã Verena Bentle, o também nadador australiano Matt Cowdrey, o esquiador eslovaco Jakub Krako, a tenista holandesa Esther Vergeer e o esquiador canadense Lauren Woolstencroft. A cerimônia está prevista para o dia 7 de fevereiro, em Abu Dhabi.

quinta-feira, 13 de janeiro de 2011

Ian Thorpe volta a treinar


Ian Thorpe, o fenômeno australiano, deixou as piscinas em 2006. Cinco temporadas depois e com 28 anos de idade, o Torpedo ensaia um retorno às competições. Em entrevista ao jornal "The Sydney Morning Herald", seu empresário, David Flaskas, disse que o ex-nadador retomou os treinamentos. Mas também deixou claro que se Thorpe realmente decidir voltar a competir, terá de esperar até 2012 porque não fez o pedido para ser reintegrado ao registro de testes antidoping, o que deve ser feito pelo menos nove meses antes de um campeonato.

- Eu não tenho dúvida de que ele pensa em Londres. Mas como eu digo, as coisas precisam acontecer muito rapidamente se é para se tornar uma realidade. Ele está amando nadar de novo. Ainda é competitivo e também entende o que é preciso para competir no nível que competia. Há muita água para passar debaixo da ponte, mas ele está gostando e, como já disse antes, nunca diga nunca - afirmou Flaskas.

A vontade de voltar a nadar surgiu depois da fratura tripla na omoplata, seguida de um acidente de carro às vésperas das Olimpíadas de Pequim-2008, onde Thorpe trabalhou como comentarista de TV. O trabalho de fisioterapia na piscina foi fundamental para sua recuperação. O retorno de Geoff Huegill - seu ex-companheiro de seleção que anunciou o fim da carreira em 2006.

segunda-feira, 3 de janeiro de 2011

Cesar Cielo Rei em Dubai


O ano de 2010 foi marcado pela readaptação dos nadadores após o fim dos supermaiôs. Se em 2009 o que se viu foi uma chuva de recordes mundiais, desta vez, a grande maioria dos atletas ficou longe de suas melhores marcas. No entanto, o efeito da mudança dos trajes não foi tão devastador como muitos imaginavam. Prova disso é que algumas marcas caíram no fim da temporada.
Sem disposição para os treinamentos e despreocupado com os resultados nas competições, Michael Phelps perdeu espaço no cenário mundial em 2010. Mas seu amigo Ryan Lochte se encarregou de manter os Estados Unidos em destaque. Imbatível, foi o principal nome do Pan-Pacífico, disputado em piscina longa, em Irvine, e do Mundial de Dubai, em piscina curta.
Entre os brasileiros, Cesar Cielo mais uma vez se superou. Embora tenha admitido ter ficado decepcionado com os resultados no Pan-Pacífico (ouro nos 50m borboleta, prata nos 50m livre e bronze nos 100m livre), se recuperou e terminou o ano unificando os títulos mundiais dos 50m e 100m livre em piscina longa e curta. Thiago Pereira também brilhou ao garantir o inédito título de rei da Copa do Mundo. Na maratona aquática, mais uma vez o país também esteve entre os melhores. Ana Marcela Cunha terminou em primeiro lugar no ranking da Copa do Mundo.

Felipe França tem aula de surfe


Felipe chegou à praia dizendo que já havia surfado, que adora pegar ondas.
- Sempre adorei o mar. Desde pequeno. Vinha para a praia e passava cinco, seis horas brincando na água. Também já surfei, mas com um grande campeão como o Salazar vai ser especial.
A princípio, Picuruta ficou meio desconfiado e perguntou:
- Você diz que sabe surfar? Vamos ver. Agora, nadar você sabe, né? É a primeira coisa que eu sempre pergunto aos alunos. Surfista que não sabe nadar não existe - brincou o professor.
Após uma breve aula teórica na areia, onde o mestre ensinou o jeito certo de entrar na onda e de se posicionar na prancha, os dois caíram na água. O pai do nadador campeão mundial, Davi França, no quebra-mar, registrava tudo.
- Ele gosta de água. Acho que vai se dar bem. Vamos ver.

No início, Felipe teve dificuldades. Não conseguia sequer ficar de pé na prancha. Picuruta, ao seu lado, pedia calma. Dizia que o nadador estava muito afoito para ficar logo de pé. Depois de algumas tentativas - e de uma troca de prancha - Felipe conseguiu descer algumas ondas pequenas. A sessão durou cerca de 40 minutos. O nadador curtiu cada segundo.
- Foi muito bom. É uma alegria estar aqui aprendendo com um surfista tão vitorioso como o Salazar, estar em contato com a natureza e com esse elemento sagrado que é a água. Eu sempre gostei de surfe. É uma experiência excelente - disse.
O professor aprovou.
- Olha, para quem não tem muita experiência, ele foi bem. Nota 8.
Planos
Após o descanso, Felipe França começa a se preparar para 2011. Sua principal meta é a conquista do índice olímpico para ter o direito de representar a natação brasileira nas Olimpíadas de Londres, de 2012.
- Vou atacar os Jogos Panamericanos e o Mundial de Xangai (China), que vai ser uma seletiva olímpica. Quero fazer o máximo, até desmaiar na piscina se precisar, mas vou conquistar o índice.

TROFÉU GUSTAVO BORGES 2009

TROFÉU GUSTAVO BORGES 2009
UBERLÂNDIA MG

PAULISTA DE INVERNO 2009

PAULISTA DE INVERNO 2009
GUARATINGUETA

TORNEIO REGIONAL 2010

TORNEIO REGIONAL 2010
NATAÇÃO-RECRA, RIB PRETO

EQUIPE DE NATAÇÃO 2012

EQUIPE DE NATAÇÃO 2012
LOCAL DA FOTO: RECREATIVA - RIBEIRÃO PRETO